terça-feira, 23 de setembro de 2014

Jogo de Cintura

Será que jogo de cintura é o mesmo que andar na corda bamba e se assemelha a empurrar com a barriga?
Poxa, como é difícil escrever com ditados populares... mas, são ditados populares?
Caramba, estou me queimando tentando manter a pegada...
Vish...
Com gíria devo perder ainda mais pontos...
Melhor fechar por aqui, antes que comece a falar da cor do chão...


P.S.: Estava com a faca e o queijo na mão para escrever um bang da hora, mas aí o sono veio e olha no que deu. Melhor ir dormir.

Lapidar a pedra bruta

As pessoas precisam entender, devem saber e da nem vontade de falar sobre, por que é meio óbvio, mas vou ter que falar:
Você não vai começar no seu ramo, na sua vocação, na sua profissão, no seu relacionamento, na sua vida estourando no Norte, brilhando e reluzente, ou seja: Você não será de cara um diamante.
Vamos aos exemplos? Vamos, pois eles existem e pessoas gostam de exemplos:

Lemmy Kilmister é o vocalista e baixista do Motorhead, começou em uma banda porque o baixista havia faltado e depois como Roadie do Jimmy Hendrix;

Chica da Silva, escrava alforriada, casada, com 13 filhos, distinguiu-se por ter sido pública, intensa e duradoura, além de se envolver com um dos homens mais ricos da região durante o apogeu econômico;

Manoel de Barros, poeta conhecido nacional e internacionalmente, viveu na época da ditadura, ficou 10 anos preso, precisou morar fora do país (onde estudou muito), voltou, trabalhou no gado, agora somente escreve;

Peter Parker, super herói (homem aranha), mesmo sendo um super herói, precisa trabalhar, pagar contas, comprar remédios para sua tia e conquistar sua amada;

Foi preciso consciente ou inconscientemente, lapidar a pedra bruta, ir para a labuta, trabalhar, correr atrás, matar um leão por dia, passar noites em claro, estudar sozinho, fazer bicos, etc... Mas não precisa fazer isso carregando pedras, devemos levar sem sofrimento, pois além de ser para o nosso bem, no fim seremos diamantes.

sábado, 20 de setembro de 2014

O que eu posso fazer para que se dilate a Paz no mundo?

Se Deus é por nós, quem será contra nós?
Da mesma forma que Maria viveu no mundo, mas não era do nundo, nós devemos assim como a Mãe, não passar a nossa Vida no mundo sendo dele. Cada momento que pudermos orar, contemplar e meditar a grandeza do Amor de Deus a cada ato de nossas vidas para que, desta forma a paz possa se espalhar ao menos no nosso meio. E claro que ela se expandirá entre todos. Então acredito que o que posso fazer para trazer a paz, é orar independente da minha vocação e assim a Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Amor de Pai e a União do Espírito Santo junto da Intercessão de Nossa Rainha Virgem Maria reine no mundo.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Simples como água

Será que todo mundo entendo o nome do blog?
Caso não, eu respondo. Significa "A língua está na mesa".
A língua está ai para ser dita, falada, olhada, criticada, ditada, estalada, beijada, conquistada, conversada, dialogada, monologada (eu quis dizer para fazer monólogos, mas acredito que monologada não existe), ouvida, escutada, diversificada.
Simples como água.

Detentor

- O que eu detenho?
- Nós detemos muitas coisas, mas nem tudo que detemos é inteiramente nosso.
- Err...
- Mas não importa o que aconteça quero sempre deter algo comigo, mas nem tudo me pertence, mas acho que tenho a resposta pra isso, mas você pode me dar sua opinião também.
- Então...
- Mas não se esqueça do que te falei, mas saiba que sua fala ficará registrada.
- Sim, mas...
- Mas eu nasci antes de você, mas não se acanhe e me diga o que pensa, mas pode ser que te dê outro caminho.
- ...
- Mas você tem o livre arbítrio, mas vamos deixar esse assunto de lado e tomar um sorvete.
- Óti...
- Ah. Esquece. Não gosto de sorvete.

sábado, 13 de setembro de 2014

Loucura

"A beleza está nos olhos de quem vê" acredito que a loucura também está neste mesmo ditado popular e até mesmo naquele mais famoso e curto "São seus olhos" (e no momento nem lembro se realmente são ditados populares).
As pessoas (sem excessão) tem suas loucuras (públicas e particulares).
Uma pessoa abaixada (de cócoras pra ficar melhor a imagem na cabeça) ao lado da catraca no metro Tatuapé as 21:58 digitando no celular para alguns loucura, para outros está cansado ou simplesmente está abaixado ao lado da catraca no metro Tatuapé as 21:58 (agora já 21:59).
Loucura também pode ser tratada como toque, tique, acessos, excessos, frescuras, perfeccionismo, platonismo, romantismo, sono, traumas e tantos outros substantivos, adjetivos e verbos que podemos colocar (e outros termos da nossa língua portuguesa também encaixam).
Vou parar por aqui, porque acabo de ver dois garotos pulando a catraca e saindo correndo para pegar o próximo trem e nenhum guardinha se moveu pra fazer nada.
Eu hein... que loucura. (Agora de qual parte, não sei)

Não sei

Lendo o texto "Verbo Ser" de Carlos D. Andrade, lembrei da famosa frase de Shakespeare "Ser ou não ser? Eis a questão" e aí se responde: Não sei. E o não saber é uma boa resposta.
Não saber não é um erro, é simplesmente o ato de não saber. Não saber, faz com que procuremos saber. Não saber nos possibilita conhecer coisas novas. Não saber nos deixa (na maioria das vezes) sem aquela ansiedade de se alcançar algo.
Por outro lado, também podemos nos sentir incapazes de cumprir qualquer coisa. Até mesmo nos acomodar nesse "estado de vida" chamado "não sei". Pode acreditar: alguns abusam de ficar sem saber e caem em enrascadas, furadas, dão brecha... Entretanto, pode ter multifunções, profissões.... Aah!!! Quer saber?! Não sei.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Um caso de burro (Inspiração)

Penso ser interessante postar o texto (crônica) que me inspirou a escrever! (:
Então aqui está:

Quinta-feira à tarde, pouco mais de três horas, vi uma coisa tão interessante, que determinei logo de começar por ela esta crônica. Agora, porém, no momento de pegar na pena, receio achar no leitor menor gosto que eu para um espetáculo, que lhe parecerá vulgar, e porventura torpe. Releve a importância; os gostos não são iguais.

Entre a grade do jardim da Praça Quinze de Novembro e o lugar onde era o antigo passadiço, ao pé dos trilhos de bondes, estava um burro deitado. O lugar não era próprio para remanso de burros, donde concluí que não estaria deitado, mas caído. Instantes depois, vimos (eu ia com um amigo), vimos o burro levantar a cabeça e meio corpo. Os ossos furavam-lhe a pele, os olhos meio mortos fechavam-se de quando em quando. O infeliz cabeceava, mais tão frouxamente que parecia estar próximo do fim.

Diante do animal havia algum capim espalhado e uma lata com água. Logo, não foi abandonado inteiramente; alguma piedade houve no dono ou quem quer que é que o deixou na praça, com essa última refeição à vista. Não foi pequena ação. Se o autor dela é homem que leia crônicas, e acaso ler esta, receba daqui um aperto de mão. O burro não comeu do capim, nem bebeu da água; estava já para outros capins e outras águas, em campos mais largos e eternos.

Meia dúzia de curiosos tinham parado ao pé do animal. Um deles, menino de dez anos, empunhava uma vara, e se não sentia o desejo de dar com ela na anca do burro para esperta-lo, então eu não sei conhecer meninos, porque ele não estava do lado do pescoço, mas justamente do lado da anca. Diga-se a verdade; não o fez - ao menos enquanto ali estive, que foram poucos minutos. Esses poucos minutos, porém, valeram por uma hora ou duas. Se há justiça na Terra valerão por um século, tal foi a descoberta que me pareceu fazer, e aqui deixo recomendada aos estudiosos.

O que me pareceu, é que o burro fazia exame de consciência. Indiferente aos curiosos, como ao capim e à água, tinha no olhar a expressão dos meditativos. Era um trabalho interior e profundo. Este remoque popular: por pensar morreu um burro mostra que o fenômeno foi mau entendido dos que a princípio o viram; o pensamento não é a causa da morte, a morte é que o torna necessário. Quanto à matéria do pensamento, não há dúvidas que é o exame da consciência. Agora, qual foi o exame da consciência daquele burro, é o que presumo ter lido no escasso tempo que ali gastei. Sou outro Champollion, porventura maior; não decifrei palavras escritas, mas idéias íntimas de criatura que não podia exprimi-las verbalmente.

E diria o burro consigo: “Por mais que vasculhe a consciência , não acho pecado que mereça remorso. Não furtei, não menti, não matei, não caluniei, não ofendi nenhuma pessoa. Em toda a minha vida, se dei três coices, foi o mais, isso mesmo antes haver aprendido maneiras de cidade e de saber o destino do verdadeiro burro, que é apanhar e calar. Quando ao zurro, usei dele como linguagem. Ultimamente é que percebi que me não entendiam, e continuei a zurrar por ser costume velho, não com idéia de agravar ninguém. Nunca dei com homem no chão. Quando passei do tílburi ao bonde, houve algumas vezes homem moto ou pisado na rua, mas a prova de que a culpa não era minha, é que nunca segui o cocheiro na fuga; deixava-me estar aguardando autoridade.”

“Passando à ordem mais elevada de ações, não acho em mim a menor lembrança de haver pensado sequer na perturbação da paz pública. Além de ser a minha índole contrária a arruaças, a própria reflexão me diz que, não havendo nenhuma revolução declarado os direitos do burro, tais direito não existem. Nenhum golpe de estado foi dado em favor dele; nenhuma coroa os obrigou. Monarquia democracia, oligarquia, nenhuma forma de governo, teve em conta os interesses da minha espécie. Qualquer que seja o regímen, ronca o pau. O pau é a minha instituição um pouco temperada pela teima que é, em resumo, o meu único defeito. Quando não teimava, mordia o freio dando assim um bonito exemplo de submissão e conformidade. Nunca perguntei por sóis nem chuvas; bastava sentir o freguês no tílburi ou o apito do bonde, para sair logo. Até aqui os males que não fiz; vejamos os bens que pratiquei.”

“A mais de uma aventura amorosa terei servido, levando depressa o tílburi e o namorado à casa da namorada - ou simplesmente empacando em lugar onde o moço que ia no bonde podia mirar a moça que estava na janela. Não poucos devedores terei conduzido para longe de um credor importuno. Ensinei filosofia a muita gente, esta filosofia que consiste na gravidade do porte e na quietação dos sentidos. Quando algum homem, desses que chamam patuscos, queria fazer rir os amigos, fui sempre em auxílio deles, deixando que me dessem tapas e punhadas na cara. Em fim...”

Não percebi o resto, e fui andando, não menos alvoroçado que pesaroso. Contente da descoberta, não podia furtar-me à tristeza de ver que um burro tão bom pensador ia morrer. A consideração, porém, de que todos os burros devem ter os mesmos dotes principais, fez-me ver que os que ficavam, não seriam menos exemplares do que esse. Por que se não investigará mais profundamente o moral do burro? Da abelha já se escreveu que é superior ao homem, e da formiga também, coletivamente falando, isto é, que as suas instituições políticas são superiores às nossas, mais racionais. Por que não sucederá o mesmo ao burro, que é maior?

Sexta-feira, passando pela Praça Quinze de Novembro, achei o animal já morto.

Dois meninos, parados, contemplavam o cadáver, espetáculo repugnante; mas a infância, como a ciência, é curiosa sem asco. De tarde já não havia cadáver nem nada. Assim passam os trabalhos deste mundo. Sem exagerar o mérito do finado, força é dizer que, se ele não inventou a pólvora, também não inventou a dinamite. Já é alguma coisa neste final de século. Requiescat in pace.





Você...

... que faz e não vê.
... cobra o que não tem.
... cobra o que devia mudar.
... percebe nos outros o que não sabe que tem em si mesmo.
... busca resolver seu problema nos outros.
... não sabe que o erro do outro, é também o seu erro.
... trabalha pelos sonhos dos outros.
... trabalha o sonho dos outros, que é o mesmo que o seu.
... não trabalha no próprio sonho.
... se pergunta por que se pergunta.
... procura perguntas.
... não se responde (e nem responde).
... acha que quer mais do que consegue, mas consegue muito mais.
... deve saber: quem acha tem que devolver.
... que vai começar a ter uma opinião.
... que sabe que não será de uma hora para outra.
... que precisa continuar a pensar nas outras reticências, com um "eu" antes delas.
Eu...
Eu...
...
...
... não sei.